O Novo Banco (ex-BES, Portugal)está interessado em manter o maior prémio nacional na área da fotografia, mas irá definir uma nova estratégia com o parceiro, o Museu Colecção Berardo, até ao final do ano, revelou hoje fonte da entidade.
Sobre o futuro do galardão, fonte oficial do Novo Banco indicou que o Prémio Novo Banco (ex-prémio BES Photo) “terminou um ciclo com o seu décimo aniversário, e será agora analisado o lançamento da próxima edição”.
A exposição com as obras da vencedora do Prémio Novo Banco Photo 2014, Letícia Ramos, e dos finalistas da 10ª edição do galardão, Délio Jasse e José Pedro Cortes, é inaugurada na quinta-feira, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, no Brasil.
De acordo com a mesma fonte, o Novo Banco “vai conversar com o parceiro Museu Berardo toda a estratégia para definir a próxima edição, até ao final do ano” e, “se houver um acordo, o prémio terá continuidade”.
“Nada está definido ainda, mas o Novo Banco gostava de manter uma presença de mecenato cultural neste território da fotografia”, acrescentou a fonte.
O Prémio Novo Banco Photo – assim denominado depois da crise financeira que levou à mudança do nome da instituição bancária -, tem um valor de 40 mil euros, é e o maior galardão português da área da fotografia.
Foi criado em 2004, em parceria com o Museu Berardo, e cumpriu este ano uma década de existência, a quarta com alargamento a artistas de nacionalidade brasileira e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
A exposição da 10ª edição esteve anteriormente patente em Lisboa, no Museu Colecção Berardo, entre Maio e Setembro deste ano, e ficará patente ao público no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, até 11 de Janeiro de 2015.
No Brasil, na página na internet do Instituto Tomie Ohtake, também parceiro do prémio, já consta a alteração do nome da exposição para Prémio Novo Banco Photo 2014.
Depois de terem sido escolhidos por um júri de selecção pelos trabalhos expostos no ano passado, os artistas finalistas receberam uma bolsa para apresentarem trabalhos no Museu Colecção Berardo, em Lisboa.
Com o trabalho “Nós sempre teremos marte”, Letícia Ramos, 38 anos, a viver em São Paulo, venceu a edição deste ano.
Na obra, com fotografias e vídeo, a artista procurou fazer uma homenagem à imaginação científica romântica, “aos inventores descobridores de mundos distantes”, como explicou em Maio em declarações à agência Lusa.
Délio Jasse, nascido em Luanda, 34 anos, apresenta “Ausência permanente”, na qual desenvolve uma reflexão acerca dos vestígios do passado – fotografias antigas sobre a época colonial em Angola – e da sua influência no presente.
José Pedro Cortes, 38 anos, nascido no Porto, apresenta “Um Eclipse Distante”, conjunto de imagens em que o autor renova a sua exploração da relação fotógrafo-modelo.
Helena Almeida foi a vencedora da 1ª edição, em 2004, José Luís Neto venceu em 2005, Daniel Blaufuks, em 2006, Miguel Soares, em 2007, Edgar Martins, em 2008, Filipa César, em 2009, Manuela Marques, em 2011, Mauro Pinto, de Moçambique, em 2012, e Pedro Motta, do Brasil, em 2013.